sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Promiscuidade das palavras

O dia passa a um ritmo exorbitante, tão imparável como o bater dos ponteiros do relógio, tic tac, tic tac, passa-me pelas mãos como se fosse um ténue fio de água, quanto mais o tento agarrar mais ele se espalha e foge.
Quem sou eu? Para além de massa e energia! Um simples objecto quotidiano a deambular pelo nada, mais uma ovelha no centro do rebanho que segue sem escrúpulos os passos do pastor. Sim, por mais que tentemos ser diferentes e de peitos inchados gritarmos rebeldia, no fundo somos todos iguais, todos procuramos desesperadamente uma única coisa, a felicidade, um sentimento único que só damos conta que existe perante a sua ausência. O que é a felicidade? Certamente mais que uma hormona que coexiste no nosso organismo, gosto mais de pensar que seja energia, uma força cósmica que nos invade tão depressa como nos abandona, grande erro corremos ao pensar que a felicidade se deposita em algo ou alguém, a felicidade encontra-se somente dentro de nós, e é a nos que cabe procurar no fundo da nossa existência e dar conta que ela é real.
Dou por mim a divagar....
A luz fraca do candeeiro transmite-me uma sensação de nostalgia e tranquilidade, vou a janela, a observo a rua, a noite está despida de estrelas, no amontoado de prédios algumas luzes de casas sobrevivem ao passar da noite. Fecho os olhos, a musica dança na minha cabeça.
É tarde, a insónia insiste em ficar...
É tarde, as palavras já transpiram, vou-me deitar e abrir a porta aos sonhos, esses são só meus, não os partilho com ninguém.

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